Em uma semana:
- Melhor funcionamento do trânsito intestinal;
- Os níveis de vitamina B12 exigem atenção constante, mas podem vir a ser suplementados com a devida orientação de profissionais, caso necessário;
- Proteínas não vão faltar caso a pessoa inclua arroz e feijão nas principais refeições, junto com o consumo de sementes, tofu e cogumelos
Após os primeiros dias sem consumir carnes, o organismo já começa a sofrer algumas mudanças, mas elas ainda são pequenas. O intestino é quem costuma dar os primeiros sinais de mudança no funcionamento do corpo. Ele ainda destaca a importância de estar atento aos níveis de vitamina B12, nutriente majoritariamente oriundo do consumo da carne, mas aponta isso como uma recomendação geral e não exclusiva de veganos e vegetarianos.
Em uma semana, as mudanças são pequenas, mas já existem. A alteração da flora intestinal pode mudar já nos primeiros dias após a interrupção da ingestão de carne e aumento do consumo de fibras, melhorando inclusive o trânsito intestinal. É muito comum associarmos o parar de comer carne com carência de vitamina B12, visto que essa é a principal fonte de B12, mas o que vejo com meus pacientes no consultório é que mesmo os que consomem carne apresentam baixa deste nutriente da mesma forma.
Logo, a vitamina B12 deve ser sempre dosada em exames de rotina e, caso necessária, deve ser feita a suplementação.
No Brasil, a principal fonte proteica da alimentação é derivada da ingestão de arroz e feijão. Um cereal e uma leguminosa, que, juntos, são fundamentais para fornecer os nove aminoácidos essenciais, que não conseguimos sintetizar em nosso próprio organismo e necessitam ser consumidos através da alimentação. Basta inserir cereais com leguminosas nas refeições principais (almoço e jantar), além de incluir sementes em geral, tofu e cogumelos, que podem ser consumidos sozinhos ou em preparações.
Em um mês:
- Melhorias na microbiota intestinal, com aumento de bactérias boas que têm impacto direto da saúde e da imunidade;
- Reduções nos níveis de colesterol e triglicerídeos, diminuindo também o risco de doenças cardiovasculares;
- Melhores índices de vasodilatação no sistema cardiovascular, levando a um menor risco de infartos e derrames;
- Tendência maior à perda de peso e à redução do Índice de Massa Corporal (IMC);
- Melhora no humor, na disposição e no desempenho na atividade física, gerados por maior sensibilidade à insulina.
Ainda se destaca que, após o primeiro mês sem o consumo de carne, o corpo começa a observar alterações maiores, que podem incluir reduções nos níveis de colesterol, perda de peso e maior sensibilidade à insulina. A combinação destes fatores tende a gerar um aumento na qualidade de vida, com melhoras no humor, na disposição e até na performance esportivas.
Parar de comer carne, uma escolha pessoal
Por enquanto, as evidências sobre o consumo de carne continuam a causar opiniões divididas. Em geral, para a maioria das pessoas saudáveis, comer carne não representa um problema. No entanto, parece que limitar seu consumo pode trazer alguns benefícios a médio e longo prazo.
No entanto, especialistas e nutricionistas concordam que o consumo moderado não representa obrigatoriamente riscos, especialmente se forem escolhidos cortes magros. Dessa forma, parar de comer carne é uma decisão pessoal e nem sempre é sinônimo de bem-estar.
Em caso de dúvidas, o ideal é conversar com um profissional de nutrição.