A criança interior é uma parte da nossa mente que experimentou a vida e se adaptou a certos comportamentos e padrões para viver. É uma parte inconsciente de nossa mente, onde carregamos nossas necessidades não satisfeitas, emoções reprimidas da infância, nossa criatividade, intuição e capacidade de brincar.  

O relacionamento que tivemos com nossos pais em nossa infância molda cada relacionamento que temos na fase adulta. Quando crianças devemos aprender a nos expressar, dizendo como nos sentimos. Precisamos de uma figura adulta para nos guiar em meio às “grandes emoções” vivenciadas nessa fase.

Uma criança interior ferida nos causa

·         Baixa autoestima

·         Imagem corporal distorcida,

·         Medo de críticas,

·         Resistência a mudanças,

·         Profundo medo de abandono nos relacionamentos.  

Essas vivências em nossa infância podem fazer com que nossas fantasias infantis se tornem recorrentes e venham à tona em diferentes situações em nossa vida adulta.  

As fantasias da criança interior funcionam como professores que nos permitem ver onde precisamos de cura. Onde precisamos honrar a parte de nós mesmos que não conseguiu o que precisávamos, em uma fase muito importante de nosso desenvolvimento. 

Em geral, a criança toma tudo que lhe é dito como verdade, principalmente se essas falas são pronunciadas pelos, pais, professores, avós ou demais pessoas que a criança entende como sendo importantes ou referência em suas vidas.  

Acontece, porém, que nem todas as coisas que ouvimos nessa fase de nossas vidas foram positivas e isso, infelizmente, pode ter nos deixado confusos, assustados e até mesmo desconectados da nossa natureza infantil.  

Alguns exemplos comuns dessas falas entendidas pela criança como “verdade”, são:

·         “Você é muito…” (chato, fraco, sério, barulhento, burro, etc.);

·         “Você não é bom o suficiente em…” (matemática, esportes, fazer amigos, etc.);

·         “Você não tem modos”;

·         “Você deveria ser como…” (seu irmão, seu colega, seu primo);

·         “Desse jeito, você nunca terá…” (amigos, emprego, um amor);

·         “Foi culpa sua se eu…” (Gritei, te bati, fiquei zangado).

Sinais de que sua Criança Interior pode estar ferida 

·         Medo de receber críticas;

·         Medo ou vergonha de se expressar em algumas situações;

·         Tendência a esperar que outras pessoas falem primeiro para saber o que é “certo” fazer ou dizer, ou de que forma se posicionar;

·         Colocar-se em situações onde se tenta ajudar ou “salvar” alguém;

·         Dificuldade em dizer “não”;

·         Sentir-se responsável pelas emoções dos outros.

Esses são apenas alguns exemplos de como a criança interior ferida se expressa.

O que ocorre na maioria das vezes é que não damos a devida atenção para esses sinais. Nossa tendência é descartar ou invalidar essas emoções, como o pai ou a mãe fizeram no passado. Dessa forma, mantemos o ciclo e nossa Criança Interior permanece não sendo ouvida e se manifestando em momentos de nossa vida adulta em que somos confrontados com experiências que nos remetem a alguma experiência já vivida.  

 Medo ao abandono

Esta é, sem dúvida, umas das feridas emocionais que aparecem quando os pais não podem (ou não querem) assumir o papel de figura protetora. A falta de companhia e de atenção deixam marcas profundas na criança, especialmente se os pais ou responsáveis nunca estão para acolher esse menino ou menina quando enfrentam seus medos.

Chegará à fase adulta como uma pessoa insegura e emocionalmente dependente. Também é normal que sejam solitários e tenham dificuldades para fazer amigos.

Rejeição

A rejeição é dolorosa e, quando sistematizada, acaba criando um sentimento de insegurança. Carinho e compreensão são fundamentais para que a criança se desenvolva adequadamente e com segurança emocional. Sem isso, independente do poder que seja, se sentirá inferior a tudo e a todos.

Quando adulto, dificilmente se alegrará ou se sentirá satisfeito por suas conquistas, o que dificulta sua relação com os demais em todas as esferas da sua vida.

Violência intrafamiliar

Castigos e atos repressivos não deveriam estar associados a um intuito de disciplinar. Especialistas em psicologia infantil alertam que, apesar de habitual, não é o melhor método de ensino. E o que dizer então de ações que resultam em violência intrafamiliar?

Brigas, insultos, ataques de raiva que fogem ao controle… tudo isso desestabiliza a criança, seja ela a vítima da violência ou como testemunha de atos frequentes em casa. Ela vai crescer tendo esse entorno abusivo como referência e a chance de repetir esse modelo na vida adulta, em seus relacionamentos, é latente.

Injustiça

A infância é uma etapa de aprendizado, quando, dentre outras coisas, começamos a construir nosso senso de justiça. O favoritismo entre irmãos, as diferenças de tratamento em casa e na escola, são situações que servem para alimentar a ideia de que não é a criança não é merecedora da atenção daqueles que a cerca.

Cresce insegura e pessimista, esperando inconscientemente o destrato por parte de todos. Está claro que fica difícil construir relacionamentos duradouros partindo dessa visão de mundo

Humilhação

Seja por situações de bullying ou por um ambiente familiar nocivo, a criança que cresce sendo constantemente submetida à humilhação ficará traumatizada. Esse trauma impactará sobretudo sua autoestima, deixando-a triste e ansiosa. Como adulto, terá pouca ambição pelo futuro, justamente por não confiar em suas potencialidades.

Traição

Promessas não cumpridas: uma atitude aparentemente inocente, adotada pelos pais e responsáveis. Quando afirmações como “se você fizer a lição, te levo no parque” ou “se você raspar o prato, vai poder pedir o que quiser” não se cumprem, está em jogo bem mais que a frustração da expectativa da criança.

Para ela, é um golpe à confiança que deposita nos pais ou responsáveis, que são infalíveis no seu entendimento. Pelo exemplo, se está sendo ensinado que não se pode confiar em ninguém, que o mais seguro é não acreditar, porque assim se evita o sofrimento.

 Medo do desconhecido

Todas as crianças, em algum momento, precisam enfrentar-se a seus medos, seja do escuro, de fantasmas, de altura, etc. E esse processo nem sempre é tratado com a delicadeza necessária. Ser taxada de covarde, medrosa ou similar, fragiliza seu emocional.

Como adulto, é natural que seja uma pessoa indiferente, com problemas para manifestar empatia pelos demais.

 

 

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